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Pânico  (Scream, 2022)

Assim se honra um legado.

Quando você vê nascer e anda de mãos dadas com a final Girl Sidney Prescott em sua jornada, assim como a personagem que com o passar dos anos adquiri mais experiência, hoje mais maduro consigo entender claramente a importância dessa concepção (Pânico 1996) e seu legado para o universo cinematográfico, sendo um ícone no cenário do terror.

O novo capítulo da série temos um núcleo central de personagens imediatos na franquia (assim como já ocorrido em seu antecessor Pânico 4), porém desta vez (o roteiro) aproveita a oportunidade e traz um real proposito a eles, subvertendo algumas das regras adotadas até aqui (isso ajuda muito a dinâmica do filme), com o intuito lucido de que esses novos integrantes conduzam e protagonizem o filme, para não serem somente mais um bando de corpos empilhados no fim. 

Narrativa consistente com uma história bem desenvolvida (roteiro e direção criativa) nos aproxima e criando um elo ainda maior e mais forte entre espectador e os integrantes "remanescentes" da franquia, um verdadeiro prato cheio para os fãs, porém não só isso, é um filme seguro e agregador ao universo de Wes Craven e Kevin Williamson, abusando das autorreferencias (trazendo uns status surreal para o filme dentro do filme), e satirizando de forma plena as produções atuais de terror e seus "status" intelectualoides, pois se alguém tem esse direito é o Pânico e o faz muito bem, a ponto de arrancar gargalhadas de toda a plateia, e em seguida duras reflexões.

Pela primeira vez no longo das décadas, não há ninguém da concepção original da franquia, no comando técnico (Gênio Wes falecido em 2015 e Kevin já contribuiu o suficiente), isso trouxe um oxigênio necessário para a franquia, que se atualizou e brindou os fãs com um grande banquete de sangue e emoção.

O grande ponto forte (para novos e antigos espectadores) da quinta parte do não mais cult-movie e agora sim aclamado Scream, é a maturidade e crescimento dos atores que conduziram a saga (Arquette, Cox e Campbell) que te forma brilhante (técnica e artisticamente) entregam o que mais podíamos esperar: emoção e segurança aos seus personagens traumatizados, os imortalizando e tornando os imprescindíveis  para o cinema de horror, vida longa a final Girl Sid.

Tenho a impressão que assim como eu a dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett (Casamento Sangrento 2019) também acompanharam a saga Pânico e entendem a sua importância a revitalizar o gênero na década de 90, e a ressurreição do Slasher, pois ao executar o novo filme da franquia aproveitaram a oportunidade de marcarem os seus nomes e acima de tudo presentearem os fãs com um ótimo filme,  que honra o gênero e traz uma nova perspectiva para o universo de Pânico. Totalmente conforme o nome do exemplar, simples e sem adições, apenas SCREAM, obrigado Wes por tornar esses 25 anos melhores, depois do seu despretensioso e magistral projeto em 96 e por fim agradeço Matt e Tyler por horarem de forma tão grandiosa não decepcionando os fãs. 

 

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***1/2 (7,5)

Publicado no dia 14 de janeiro de 2022.

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