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Os Oito Odiados (The Hateful Eight)

Um tempo cruel e as vezes desleal.

 

O mais novo filme do aclamado diretor Quentin Tarantino, é um faroeste de muita qualidade técnica e dramática, violento e cheio de humor negro, mas até ai nenhuma novidade; as referencias a cultura pop e a si mesmo também existem assim como visto nos seus filmes anteriores, o que me impressionou foi os personagens e seus diálogos (sei que isso é uma especialidade dele, mas estou querendo dizer que ele conseguiu subir um degrau, sei que você deve estar pensando “ isso é possível?”, acredite ele se superou), Quentin conseguiu criar a sensação de leitura no espectador, isso mesmo ele fez mais que um filme, realizou uma obra singular no cinema, quando os personagem mencionam suas “aventuras” a gente viajar além do que o filme propõe contar, criamos todo um suporte emocional para o personagem sem se quer percebemos, da mesma forma que imaginamos quando lemos um bom livro (vamos além da paginas ), afirmo ele escreveu os melhores personagens que vi nos últimos anos (claro isso para quem gosta do bom e velho estilo “Tarantinesco”).

Para explicar melhor: Lembram daquela cena em Django (2012) que o Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) segura uma caveira e conversa com os seus visitantes? Então se você lembra, sabe a sensação que estou mencionando acima! Agora imagine isso praticamente no decorrer de duas horas e quarenta e sete minutos, então é esse o novo filme de Quentin Tarantino.

Nada mais justo que ter um elenco magnifico para poder interpretar esses personagens incríveis, quando está assistindo ao filme pensa “nossa a Jennifer Jason Leigh como Daisy Domergue está roubando a cena” ,então aparece o Carrasco Mobray genialmente interpretado por Tim Roth e coloca Jennifer no bolso, e assim acontece naturalmente no filme todo, um personagem mais intrigante e interessante que o outro, os atores dão o máximo de si, cena após cena vão superando e sendo superados, aquela velha disputa sadia, tendo um único vencedor, o espectador.  

O filme é um exemplo claro do domínio que esse fabuloso diretor tem sobre a arte cinematográfica (domínio como poucos) acredito que na questão fotografia esse seja o mais belo filme do diretor (superando até os visualmentes perfeitos Kill Bill  Vol.1 e 2) tanto em cenas externas como nas sequencias dentro da “cabana” a escolha dos enquadramentos são perfeitas (nem o Scorsese encontraria um lugar melhor para deixar a câmera).

Isso tenta representar e também refletir como eu me senti ao ver o mais novo Faroeste do Quentin, um filme obrigatório para todos, até aqueles que não são adeptos do diretor devem conferir para entender como se desenvolve um personagem, uma verdadeira aula de roteiro e direção.

****1/2 (9,5)

 

 

Publicado no dia 29 de dezembro de 2015

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