Pig A Vingança (PIG, 2021)


Isso sim é o cinema.
Acredito que todos os cinéfilos, e até mesmo os menos aficionados pela sétima arte , conhecem o Nicolas Cage, uma das personalidades mais famosas da cultura audiovisual, realizador de inúmeros papéis, desde as mais desastrosas até sublimes atuações, mas poucos conhecem o poder e a grandeza desse personagem misterioso.
A performance sublime e arrebatadora de Cage comove até os mais durões dos espectadores, pois aqui ele foge dos exageros típicos de alguns de seus papéis e entrega uma interpretação sutil e repleta de nuances significativas. Ele dá vida a um homem isolado na floresta que tem sua porca de estimação roubada, e por aqui eu paro com a sinopse, pois esse exemplar quanto menos souber, melhor será a experiência.
Pig subverte as expectativas da maioria do público (inclusive a minha), especialmente em relação ao gênero. Pensei estar diante de um thriller de vingança com uma narrativa focada na ação e terror, como pode sugerir a sua premissa, porém a direção de Michael Sarnoski (Lugar Silencioso Dia Um), introspectiva e contemplativa , se solidifica com o roteiro minimalista e profundo, entregando um autêntico e inovador exemplar, se afastando dos padrões tradicionais dos filmes de vingança, tanto em termos de gênero quanto na abordagem emocional.
Esse drama silencioso e brutal leva o espectador a questionar de forma inevitável a sua existência e valores.
Embarquei em uma viagem sem saber o destino , e fui surpreendido com as mais belas paisagens e experiências, realmente impactante e transformador. Por mais que acreditemos conhecer alguém, todos têm seus segredos. O misterioso personagem de Cage não passa de um reflexo do pré-julgamento que fazemos sobre a indústria cinematográfica e seus astros, que às vezes nos afasta de um filme , pelo preconceito sobre o título e a pré-avaliação de seu gênero.
**** (8,0)