FABRICIO GURSKI

Cinema sendo cinema.
 
O cinema tem milhares de ensinamentos assim como os bons livros e outras diversas expressões artísticas, porém todas necessitam de uma interpretação genuína ou de um bom professor para mostrar o caminho autêntico, o mentor aqui é o GÊNIO Martin Scorsese que entrega: uma das maiores obras do cinema contemporâneo. 
O exemplar conta de forma magnifica a trajetória do povo Osage no território de Oklahoma,   e o súbito enriquecimento dos nativos americanos devido ao petróleo. Scorsese aplica toda a sua experiência, e dá uma verdadeira aula no domínio narrativo, edição, elenco, roteiro, fotografia, trilha sonora, alegorias, todos esses artifícios muito bem explorados, transcendendo o excelente, tudo isso para conduzir o espectador por mais de 3 horas de pura obra de arte.
DiCaprio está impressionante, porém é de uma maldade tremenda destacar apenas uma figura nessa concentração esplêndida de personagens e atuações, todos funcionam de forma solidada na historia, nos levando para os demais diversos níveis de emoção.
As alternativas e alegorias encontradas por Scorsese para contar a jornada de forma naturalista, são de uma genialidade impressionante, desde uma transição de cena utilizando uma lamparina até o fechar de uma porta, todas de deixar o queixo caído, o ritmo do filme de uma sensibilidade impar, se mostrando assertiva a duração do longa.
Sem sombra de dúvidas, estamos diante de um exemplar único, um daqueles filmes repletos de acertos e mensagens poderosas, que vão além de comover o espectador, uma obra que transforma a perspectiva do cinema. 
Assassinos da lua das flores é o típico filme que será objeto de estudo em sala de aulas (para os novos cineastas do planeta), pois ele executa de forma brilhante a narrativa cinematográfica, não só ajudando ou orientando a interpretação para observador, porém sendo cinema na forma mais pura e linda.
 
 
(9,2) *****
 
Publicado no dia 04 de janeiro de 2024